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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O dia em que eu fugi do colégio

Não vou dizer que sou aquela aluna impecável que nunca fez nada de errado, mas sempre que eu fujo dos trilhos eu estremeço de tanto medo, mesmo que essa sensação me pareça boa depois. Hoje foi assim.

Eu teria que faltar a ultima aula para dar tempo de chegar no hospital Sarah (vejam que a causa era nobre...). Sempre que isso é necessário, é preciso que meu responsável deixe um comunicado por escrito solicitando minha dispensa. Com a correria da rotina, esquecemos disso e minha mãe sugeriu que eu saísse saindo.

A última aula era no laboratório, ou seja, eu e todo mundo já iriamos descer, pois o laboratório é no térreo. Coincidentemente, é na hora da saída da Educação Infantil e Ensino Fundamental, ou seja, quase o colégio inteiro, gerando uma pequena-grande multidão.

Saí da sala e ainda deixei avisado com uma amiga minha que eu não estaria matando aula. Assim que cheguei no corredor, o meu professor passou por mim e eu desviei o rosto. Dei tchau para um inspetor na maior cara de pau. Lá em baixo, vi o professor de novo e passei por trás dele.  Antes do primeiro portão de saída, vi a inspetora chefe e apressei o andar, tremendo. No começo do corredor do primeiro portão, um inspetor. Abaixei a cabeça e me enfiei no meio de um monte de alunos do 9º ano. Ao passar por esse portão, mais um inspetor. Mesmo procedimento. E enfim cheguei no portão limite com a rua. Ainda trêmula, esperei menos de 10 minutos para que minha mãe chegasse, morrendo de medo de alguem ir prestar conta de mim ali.

domingo, 24 de outubro de 2010

"Se alguma coisa eu pedia a Deus, não era exatamente o céu, tampouco a riqueza material. Pedia que o mundo se tornasse justo."
Gregório de Matos Guerra


sábado, 23 de outubro de 2010

Kindergarden - Parte III

Michel foi! Começou a chorar 10 segundos depois de me ver. A professora dele disse que ele é muito tímido e sempre fica assim quando falta muito. Ele chorou muito mesmo, mas topou ficar conversando comigo, desde que tia Michele estivesse junto. Depois que parou de chorar, conversou muito bem comigo, sorriu e até esqueceu de tia Michele.

Fernanda ficou toda serelepe com Thayssa, às vezes passava correndo por mim e sorria. Thayssa levou Fernanda nas costas, jogou bola e recusou o pedido de entrar na casinha do parquinho. Michel lembrou de tia Michele, mas consegui distrair com meu celular.

Mostrei fotos da Disney, e ele disse que o Pato Donald era o Pateta, mostrei Lola e Vaca, alguns joguinhos e aplicativos. Ele desenhou a letra M, adorou a espada do Star Wars e o barulho de vuvuzela. Resolveu brincar com um amigo dele e acabou lembrando da tia Michele, quase chorou de novo mas rapidamente ela veio e acabou meu tempo.


                

domingo, 17 de outubro de 2010

"O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons." 
Martin Luther King

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A saga dos aeroportos

O cadeirante que nunca teve problema nenhum para andar de avião, que atire a primeira roda! Separando os problemas por tópicos:

- Cuidado com a cadeira! Sempre volta com um amassado aqui, algo torto ali...

- Cadeira de bordo: o mito. Ela está lá no avião, mas na hora que é para ser usada, cadê?

- Aeroporto sem a passarela para o avião. Absurdo dos absurdos, vários aeroportos até internacionais, com aquela escada horrenda para subir no avião.

- Despachar a cadeira. Único ponto bom da lista, quando eu era menor sempre perguntavam se queriam despachar a cadeira, aí eu tinha que ficar naquelas cadeiras horrorosas até a hora do voô. Hoje eles não perguntam mais, ponto pra nós! Vou com minhas pernas até o avião, não quero perna emprestado de ninguém, obrigada.

- Caso especial: Aeroporto do Galeão. Em 2 anos, fiz 3 viagens pelo aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Nas 3, na hora do desembarque, há a mesma ladainha de que o aeroporto está passando por reformas e então tenho que passar pelo elevador de serviço, que fica trancado e tem que esperar milênios para vir o responsável pela chave. O lugar por dentro é horrível e medonho. A questão é a possibilidade de paraolimpíadas com o aeroporto assim! Logo na chegada os atletas vão querer ir embora!

Kindergarden - Parte II

Hoje antes de encontrar com as crianças recebemos uma folha com tipo uma entrevista, para saber comida favorita, brincadeira favorita, familia, tudo de cada criança. A Fernanda não parou quieta para responder, e depois fomos com ela no parquinho. Lá ela ficava de um lado para o outro enquanto eu e Thayssa tentávamos acompanhar.

Uma menina toda gripada veio pra quase em cima de mim, me deu um desenho e depois sumiu. Depois, ouvi alguem gritar meu nome. Olhei e não era nada. Ouvi de novo. Olhei e tinha umas meninas maiores rindo. Thayssa falou que elas deviam ter lido meu nome atrás da cadeira. Fui conversar com elas, uma delas perguntou se eu tinha barriga e falou que a outra tinha dito que eu não tinha.
Lanchamos com eles e depois misturou turmas tanto dos maiores quanto dos menores, ficou uma loucura. Fernanda falou que ia ficar com saudade da gente, entramos numa pequena guerra pelo balanço, Fernanda fez uma cara de choro e disse que queria a mãe dela, conseguimos destrair. Perdi a hora e cheguei atrasada na minha aula. Michel - meu outro afilhado - faltou de novo. Não tenho fotos hoje.

Pousada Cataratas



Em foz do Iguaçú, me hospedei em uma pousada bem bonita, simples, aconchegante e... acessível! Pasmem! Na entrada não há nenhum degrau, na parte da piscina há uma rampa com uma ótima inclinação, e um quarto adaptado.

No quarto, há uma cama de casal e uma de solteiro, como nós aqui em casa somos em 4 foi adicionado um colchão extra e problema resolvido. O quarto é bastante amplo, o banheiro também.

As portas são largas, não tem desnível no box do banheiro, há barras de apoio... No box não há cadeira e a bancada da pia é muito alta. Quer dizer, ela é baixa para os joelhos mas é bem extensa e no fim acaba sendo alta demais.

Há disponível uma piscina, garagem coberta, internet wi-fi ou computadores de graça na recepção. Paguei 180 reais por meus pais, eu e meu irmão.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Cataratas do Iguaçú

Eleita uma das 7 maravilhas do mundo em 1995, eu já tinha ido lá uns 10 anos atrás, mas não lembro de nada. O lugar é lindo, maravilhoso, e acessível dentro das possibilidades. Tem que ter paciência, porque a paisagem vale a pena!

O lugar é um parque ambiental, ao meu ver já sugere nada de adaptação e eu me surpreendi! O chão é todo de paralelepípedo, mas há rampas em quase todos os lugares. Logo na entrada tem que pegar um ônibus, mas de cara já entrei em um adaptado. Eu não sei quantos adaptados são, sei que não são todos, mas não é dificil chegar o adaptado não!

A primeira parada é para observar as cataratas um pouco distante, todos descem e tem rampas para uma área de observação. Nessa área tem um caminho de trilha para chegar ainda mais perto das cataratas, mas essa parte não é acessível não. Para isso basta pegar o ônibus de novo e descer na próxima parada logo em frente. Nessa parada, eles embarcam e desembarcam do ônibus apenas deficientes e todas as pessoas que estiverem com ele!

Nessa próxima parte tem um chão mais liso, tem uma outra área para observar as cataratas um pouco mais de perto e um elevador que é usado para todas as pessoas, mas facilmente consegue-se a prioridade. No andar de cima  o chão também é liso e tem uma espécie de passarela para ficar ainda mais perto das cataratas.

Refazendo todo o caminho até o ônibus e andando um pouco mais adiante a pé mesmo - asfalto nessa parte - há um restaurante e do lado um banheiro adaptado.

Pontos ruins: O paralelepipedo, algumas rampas inclinadas demais e a adaptação do ônibus é daqueles elevadores bem lentos. Repito que vale a pena.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Kindergarden - Parte I

Hoje a minha turma iniciou um trabalho com crianças do semi-internato do próprio colégio. Desde que soube que faríamos isso, fiquei super empolgada. Há duas semanas atrás, minha professora de Religião mostrou-nos os nomes das crianças e deixou que nós escolhêssemos e decidíssemos entre nós a quantidade de crianças por aluno, dupla de aluno ou não, tanto fazia, desde que ninguém ficasse sem ninguém.

E assim fizemos, para que hoje tivéssemos a primeira visita. Minha turma de enormes adolescentes de 15, 16 anos foi se aproximando lentamente de uma rodinha pequena de pequenas crianças de uns 4 anos. Todas olhando curiosamente para nós, e nós para eles.

- Crianças, - começou minha professora - esses feios aqui que vão estar com vocês toda semana de agora em diante!

- Feios nada, eles são lindos! - as crianças automaticamente disseram em coro, muito entusiasmadas.

E então cada criança foi apresentada à seus respectivos padrinhos. Elas estavam visivelmente felizes, nós mais ainda. Os primeiros minutos foram de reconhecimento, nada fora do normal. Em pouco tempo estávamos todos brincando em escorregas, balanços, bolas, amarelinha, pique-pega, pique-esconde, contando piadas, como no Jardim de Infância.

Ao final, vi adolescentes que geralmente não se importam com nada, com crianças no colo, ambos sorridentes. Vi patricinhas pulando amarelinha, nerds brincando de pique, tímido conversando horrores com uma criança. Bizarro, até. Mas, uma delícia! Que aliás faz parte da minha vida agora, e então vocês estarão a par a cada semana. 

Thayssa, Fernanda e eu. 

PS: O único questionamento que ouvi de uma criança com relação à minha pessoa foi sobre o tamanho do meu pé. 

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Miss Independent

Independência, acho que foi uma das palavras que mais ouvi durante minha vida toda. Não tô falando nada de "Independência ou Morte!". Mas, fui criada para ser independente. Ir e vir sozinha, fazer tudo sozinha. Não vou sossegar enquanto não sair dirigindo, morando sozinha. Não vou parar de reclamar enquanto precisar de alguém que me leve a qualquer lugar - principalmente quando esse alguém não puder fazê-lo -. Não vou parar de me sentir incomodada enquanto precisar de alguém do meu lado para descer ou subir um degrau.

Assunto à parte: preguiça. Não é porque costumo me virar sozinha, que sempre vou estar afim de fazê-lo. Não é porque tenho preguiça 99% das vezes, que não sou capaz de fazê-lo nas 1% que sobram. Não é porque sempre tenho preguiça de fazer alguma coisa, que vai ser do mesmo jeito para outra coisa completamente diferente.

Aos pais, não estou reclamando de vocês. Devo agradecer, inclusive, pois além de terem me criado assim, nunca deixaram que eu falte a nada, dentro das possibilidades. Devo dizer que não me agrada a ideia de chegar na faculdade com a mãe ou o pai, e repito que foram vocês mesmos que me criaram assim. Lembro-lhes que vocês tem 2 anos para se acostumarem.