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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

"Mas era o ventinho da Paulista, dois terços do meu sonho. Que delícia essa gente toda aí, andando, bundando, amando, esperando o ônibus, indo prum cinema." (Marcelo Rubens Paiva)

sábado, 24 de novembro de 2012

Eu gosto de gente

Eu gosto de movimento, coisas acontecendo, pessoas se encontrando, pra lá, pra cá... a vida, por si só.

Eu gosto de fingir que tô viajando sozinha e prestar atenção na conversa alheia, só pra inventar um contexto que satisfaça minha infinita curiosidade. Eu gosto de olhar no olho de alguém aleatório e inventar uma história pra ele.

Eu gosto de reparar nos gestos, nas manias. Gosto de admirar o quanto cada um é único e especial em sua maneira particular.

Eu gosto da vida, e isso é tudo.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Eu me rendo!

Em dezembro do ano passado realizei um dos melhores investimentos da minha vida: comprei um iPad. Ainda não achei um defeito sequer, nem um ponto fraco, mas mesmo assim sempre mantive os dois pés atrás quanto a ler livros nele, mesmo achando a estante do iBook¹ a coisa mais linda do mundo até estando vazia.

Sou apegada demais aos livros materializados, ao manuseio de paginas, ao cheiro, às orelhas do livro, não sei exatamente o porquê. Por pura bobeira, porque desde que ganhei acesso à internet leio fanfics² o tempo todo, leio histórias manuscritas, e é a mesma sensação quando se trata de uma ótima história!

Mas é assim que minha cabeça confusa funciona, e foi por isso que passei esse tempo todo sem procurar saber como funcionam os ebooks grátis, e então não os tinha pois eram pagos.

Eis que o natal se aproxima, as férias já chegaram e o tempo livre só aumenta, tudo isso combinado é sinônimo de uma lista de livros novos. E vou falar a verdade: o preço dessa lista doeu a consciência. A partir daí, sei lá porquê, decidi pesquisar sobre esses tais ebooks e foi então que descobri um mundo novo.

Sim, são lindos, completos, fáceis, grátis, e não, não tira a magia da história (apesar de que ainda sinto falta das orelhas dos livros!). No entanto, contudo, todavia, há alguns pontos fracos. Nem todos os livros do mundo eu consigo encontrar de graça (e, acreditem, minha lista de desejos possui alguns livros dessa categoria) e a bateria do meu iPad não consegue acompanhar meu nível de maníaca (Sou capaz de ficar lendo por horas e horas, em qualquer lugar. E eu sempre carrego uma lanterna quando tenho que ler no escuro).

Pra mim, isso é bom: não é um adeus aos livros impressos. E agora estou me tornando seletiva: pretendo me desfazer dos livros que tenho e não me interessam mais e guardar todos os memoráveis. O problema é que quando me apaixono por um livro digital o que mais vou querer é tê-lo impresso, mas aí posso esperar até uma promoção.

1. iBook é o aplicativo da Apple Store que organiza todos os ebooks (livros digitais) como numa estante de verdade (foto).
2. Fanfics são histórias amadoras escritas por pessoas comuns e postada em redes sociais, sites ou fóruns.

sábado, 17 de novembro de 2012

"Às vezes os mortais podem ser mais horríveis do que os monstros." (A maldição do Titã, capítulo 11 - Percy Jackson e os Olimpianos)

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Quadrilha

"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história." 
(Carlos Drummond de Andrade) 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Não tem mais criança aqui em casa


Meu irmão vai fazer 13 anos, então racionalmente falando não tem mais criança aqui desde o ano passado. 

A mãe sempre chama de criança, sempre tem uma lembrancinha de dia das crianças, tudo pra dar uma sensação de que a infancia foi ontem. 

Acontece que passou o dia de Cosme e Damião e não ganhamos nem uma balinha de coco. Nunca ligamos pra isso, tanto é que só me toquei disso semanas depois, mas sempre acabavamos ganhando alguma coisinha sem querer e agora... Nada.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

"Foi o nascimento de um cara incrível, de um revolucionário que lembrou às pessoas que, acima do poder, o amor e a felicidade são mais importantes." (Marcelo Rubens Paiva sobre o natal)

domingo, 11 de novembro de 2012

3 de maio

"Aprendi com meu filho de dez anos
Que a poesia é a descoberta
Das coisas que eu nunca vi" 
(Oswald de Andrade) 

sábado, 10 de novembro de 2012

Cheiro áspero das flores

 Lendo Cecilia Meireles, solucionei algo que há muito me incomoda. Vejo fotos da minha infância e a maioria delas se confunde com a minha real memória. Acabo sem saber se lembro realmente do episódio ou se lembro apenas da foto.

Em relação aos videos, pior ainda. Imagem e som são repeoduzidos de tal maneira que pode até mesmo retratar fielmente o seu ponto de vista, se é você quem está filmando. 

Cecilia Meireles me atentou para o cheiro. Não dá para guardar nem reproduzir cheiros específicos, que automaticamente te levam para momentos e/ou pessoas presas na sua memória.

Cheiro de café, cheiro de queimado, cheiro de chuva, cheiro da sua casa, cheiro de hospital, cheiro de mãe. 

"Ler Clarice era como conhecer uma pessoa". (Caetano Veloso) 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Exterminando degraus

Depois que entrei no colégio, no começo de 2007, Já patrocinei indiretamente (e ideologicamente) seis rampas e um elevador. Na primeira quarta-feira pós-ferias de julho, minha amiga falou, toda contente:
- Rebeca, fizeram uma rampa no caminho para a biblioteca!
Quase não acreditei, mas fui lá no mesmo dia para conferir. E lá estava!

O Caminho para a biblioteca é uma verdadeira saga: Ando até a metade de uma das extremidades do colégio, pego o elevador até o segundo andar, saindo do elevador ando o corredor inteiro em direção à extremidade oposta, até o prédio de Educação Infantil, subo o tal degrau que agora não existe mais, cruzo um corredor menor, desço um degrau menor, subo outro logo em seguida, entro na biblioteca e ainda subo mais um para o meu cantinho de estudos.

Final alternativo 1: Logo depois de entrar para o corredor menor vou para a direção oposta e entro na biblioteca das crianças menores, cruzo aquele mundo paralelo de fantasias, livros infantis e cadeiras pequeninas e subo mais um degrau e pronto. O problema é que essa opção fica trancada com chave e/ou lotada de crianças doidas.

Final alternativo 2: Sigo até metade do corredor menor da versão original e peço para alguém entrar na biblioteca e pedir para a bibliotecária abrir a porta que tem lá e então só subo um degrau. O problema é a logística da pessoa ir lá e eu ficar esperando e depois tentar abrir a porta com a maçaneta quebrada.

Final alternativo 3: Uma escada que vai do pátio do colégio até o andar da biblioteca, reta, direta, só que estreita (largura de uma pessoa) e muito inclinada. E depois mais dois degrais. Peguei esse caminho uma vez na vida pra nunca mais.

Mas enfim, o degrau que não existe mais era um degrau enorme (mesmo!) que fazia a ligação de um prédio com o outro, e agora é uma rampa que abrange todo o espaço do degrau, ou seja, ele não existe mais mesmo! É amarela e com uma inclinação boa.

Dias depois reparei que uma das saídas do colégio também foi completamente rampada (e inclinação boa também!). Antes eu tinha que sair pela entrada e se eu estivesse com um bando de gente, teria que encontrar todo mundo lá fora, mas isso nunca foi um transtorno muito grande.

- Pena que só fizeram isso agora, né? Segundo semestre do último ano! - Minha amiga disse.
- Pelo menos fizeram. - Eu respondi. - Ainda tenho alguns meses vindo pra cá duas vezes por semana e Cadu também tem muitos anos pra usar.

Acabei de contar mentalmente, ainda faltam uns 5 degraus a serem exterminados!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Prefácio da biografia

Minha "carreira" de escritora começa onde a de oradora termina. As palavras dentro da minha cabeça soam perfeitamente bem, mas quando as exponho com a boca, geralmente surte o efeito contrário ao que eu esperava. Confesso que ainda não sei porquê isso acontece: já culpei minha voz, minha falta de dicção, minha timidez... Não importa, quando escrevo nada disso interfere.

Logo que aprendi a escrever, passei a escrever cartas pra amigos, familiares... Comecei vários diários, mas eram escritas monótonas demais até pra mim. Durante esse meio tempo, percebi que eu aumentava sempre algum pontinho das histórias que eu via ou ouvia, só pra ficar mais legal, e sempre gostava mais da minha versão. De repente, passei a ter a necessidade de escrever tudo.

Chorando, escrevia. Rindo muito, escrevia. Sem sono, escrevia. Sonhando acordada, escrevia. Pra guardar algo pra sempre, escrevia. Aí minha redação de férias foi parar no livro de ouro (caderno encapado com plástico dourado, reunindo as melhores redações do ano) da 2ª série do colégio.

O primeiro estalo para eu querer levar esse negócio a sério de verdade veio de tanto meu tio Eduardo dizer o quanto eu escrevo bem e o quanto ia ser legal escrever livros. Minha mãe já me falava isso, mas eu agia da mesma maneira como quando ela diz que eu sou linda. Além disso, achava que ia acabar o meu amor se eu dependesse da minha escrita pra viver (o mesmo que eu achava com a dança).

No 9º ano descobri que esse negócio de escrever fatos corriqueiros sob a sua perspectiva é chamado de crônica, e então era isso que eu queria escrever. Com a Thalita Rebouças aprendi que esse negócio de ouvir conversa dos outros e ficar reparando nas coisas mais bobas do dia a dia só pra ter o que escrever não é coisa de maluco. Com a Clarice Lispector aprendi que quando não escrevo, estou morta.

Depois de ver uma colega minha publicando seu próprio livro (acho que já falei dela aqui) e querer loucamente fazer o mesmo, ter ganho o Concurso de Redação do colégio por 2 anos consecutivos, ouvir da minha melhor professora de redação que eu sou uma Martha Medeiros, o fato a seguir foi a gota d'agua:

Estava eu e mais 2 amigos, quando uma delas disse, do nada:
- Kim, você escreve, né?
- Claro, ela foi alfabetizada, dã. - O outro respondeu antes de mim. Eu ri.
- Ela entendeu o que eu quis dizer, besta. - Entendi, mesmo.
- Escrevo sim, amadoramente. - Respondi, ainda rindo e sabendo que aquele fora o primeiro passo para remover as aspas da minha primeira frase desse texto.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Diário Semanal da Vestibulanda #36

Acabou.

Nome: Rebeca Kim Nakamura Allemand
Idade: 18 anos
Ocupação: Nenhuma.

E só de ver isso escrito me dá um alívio! 9 meses depois é muito louco pensar no primeiro diário, e o quanto passou rápido e devagar ao mesmo tempo.

Hoje, como uma adulta com 2º grau completo, digo que passei esse ano da melhor maneira possível. Não estudei tanto quanto devia, mas o máximo que pude. No final das contas, você conhece seus limites e dá razão aos seus professores da 5ª série que passaram a vida inteira dizendo que não dá pra estudar só de véspera. Sem dúvida, o que sou hoje é em grande parte devido a minha formação escolar.

Sobre o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio):
É cruel que 15 anos da sua vida resumam-se a um final de semana que totalizam 180 questões mais uma redação em 10h. Mesmo assim, todo mundo já sabe disso e tem que se preparar e blá blá blá.

Esse ano estudei muito mais do que na minha vida inteira e mesmo assim tive as piores notas, mas ao chegar no ENEM percebi que nem tudo estava perdido, afinal 95% das questões eu sabia que eu já tinha aprendido aquilo. Isso não me impediu de ficar nervosa, enjoada, agoniada, desesperada e com insonia, mas na hora da prova não estava frio, calor, barulhento, então qualquer coisa a culpa é totalmente minha.

Até agora sempre foi falado e comprovado que o ENEM é muito mais prova de resistência e interpretação do que propriamente conhecimento. E ainda é, mas esse ano, devido ao fato de que importantes universidades federais o adotaram como único meio de ingresso, o nível de complexidade estava um pouco acima do usual.

Mesmo assim, no primeiro dia, saí otimista e fui conferir minhas respostas com um gabarito não-oficial. Acertei por volta de 55 no total de 90, algo abaixo do que eu queria, por isso no segundo dia decidi deixar o caderno de questões por lá. A forma de pontuação do ENEM é um sistema completamente louco em que eles atribuem a cada questão um valor diferente, não divulgado, dependendo do numero de pessoas que acertam, até que atinjam mil pontos divididos em 4 áreas (45 questões pra cada uma). Ou seja, o número de questões certas acaba não tendo muito a ver, não dá pra estabelecer padrão nenhum.

O resultado oficial só em janeiro, se eu não morrer de curiosidade até lá. Querem um diário de férias? Diário de espera? Não? Ok.

Do terceiro ano eu levo o aprendizado de que não é tão ruim quanto parece, mas nem tão fácil quanto a Malhação retrata. Tem que se dedicar, mas você não tá sozinho, seus professores são seus amigos e estão ali só pra te instruir e você tem que acreditar e contar com eles. Levo as risadas, as amizades, o melhor pedacinho da minha vida.