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domingo, 30 de maio de 2010

Post 50

Desde o meu último texto, o número 49 vem me atormentando. Bom, o próximo texto – este aqui, no caso – seria o 50º texto e então não deveria ser qualquer texto. Desde que me dei conta disto, vim pensando em vários assuntos extraordinários, ou de várias formas de “comemorar” este feito. Comecei várias vezes e não gostei nem um pouco de nenhuma dessas vezes.

Por fim decidi fazer o que estou fazendo agora: apenas relatar o meu terrível conflito com o número 49, e assim ocupo espaço do texto 50, que deveria ser marcante. Deveria, mas não será. Marcante geralmente é o que surge inesperadamente, sem razão ou data alguma. Então o post marcante fica para alguma data qualquer, por razão qualquer, inesperadamente. Podem me cobrar, se quiserem.

Enquanto isso, fiquem apenas com este texto sem sentido, que serve para ocupar espaço do texto 50, nada além disso. Através dele – o texto que vos leis – celebremos o fato de que escrevi 50 textos em menos de 5 meses. Viva!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Play!

_ Até maio você vai estar sacando*. – Meu técnico disse, num tom bastante otimista.

Considerei aquela frase como um exagero enorme, carregada de esperança e otimismo demais. Aquele dia foi mais ou menos março, e na minha cabeça estava quase óbvio que eu ia demorar no mínimo a vida inteira para poder sacar consideravelmente bem.

(…)
_ Com 4 aces* resolve o problema! – Ouvi o aprendiz de técnico dizer, enquanto pegava as bolinhas para o saque.

Esbocei um sorriso amarelo, completamente certa de que aquela seria mais uma vez em que eu erraria todas as tentativas de saque. 25 de maio.

Segurei uma das bolinhas na mão esquerda, e a raquete na mão direita, com o braço angulado atrás da minha cabeça. Respirei fundo, dei uma rápida olhada ao redor. Joguei a bolinha na direção e mais alto que minha cabeça, com o braço esquerdo esticado. Tirei o braço direito de trás da cabeça e bati com a raquete na bola, logo em seguida soltei os dois braços, deixando-os cair. Tudo em menos de 5 segundos.

Levantei a cabeça e observei minha bola descrever a tragetória numa perfeita diagonal. Observei meu adversário se confundir para devolver a bola e não fazê-lo. Gritei triunfante, sorrindo.

Repeti a mesma coisa por mais três vezes. 4 aces. 25 de maio.
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*Saque_ jogada inicial numa partida de tênis. considerada a jogada mais difícil. * ace_ modelo de saque em que a bola vai de uma ponta a outra da quadra, em diagonal.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Tudo tem um propósito

A maioria das pessoas, quando saem do ensino fundamental para o ensino médio, querem trocar de colégio. Eu também quis, e foi exatamente hoje que eu vi que eu não ter trocado foi a melhor coisa. O primeiro sinal foi logo no começo do ano passado, quando descobri que havia ganhado bolsa integral no colégio – não estou falando isso para me autoprestigiar. –, e logicamente não iria para um colégio absurdamente mais caro, podendo estudar de graça num colégio que já é bom. Naquele dia minha mãe já tinha dito que aquilo estava indicando que não era para eu trocar de colégio.

Hoje, não paro de pensar em como seria ruim se eu tivesse mudado. Tanto do ponto de vista academico – talvez eu mal passasse de ano no outro colégio – quanto do emocional. Muitas das minhas amizades estão bem mais fortalecidas agora – mesmo que a maioria tenha se afastado pela troca de turma –. Conheci pessoas novas, e dos que eu já conhecia, agora sei que estes eu vou levar para sempre.

Sempre soube que eram pessoas ótimas, mas agora tenho certeza que além de ótimas amizades, serão amizades eternas. Só de parar por um momento para pensar que eu poderia estar longe disso tudo, me dá um aperto enorme no coração. Ainda bem que sei – e confio – que nada é por acaso.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Triunfo

“E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar. Decidi não esperar as oportunidades, e sim, eu mesmo ir buscá-las. Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução. Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis. Decidi ver cada noite como um mistério a resolver. Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.

Naquele dia, descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações, e que enfrentá-las era a única e melhor forma de superá-las. Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido. Deixei de me importar com quem ganha ou perde. Agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer.

Aprendi que o dificil não é chegar lá em cima, e sim, deixar de subir. Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de amigo. Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento: o amor é uma filosofia de vida. Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente. Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais.

Naquele dia, decidi trocar tantas coisas... Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornarem-se realidade. E, desde aquele dia, já não durmo para descansar, simplesmente durmo para sonhar.”

                                                                               Walter Elias Disney
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Créditos ao meu tio, Cláudio.

O escultor que pode dar a forma

“Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.”

                                                                             Charles Chaplin

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Créditos à Bruna Dantas, pelo texto; e ao meu tio Cláudio, pelo vídeo.

Repetitivo e Contraditório

Eu penso muita coisa ao mesmo tempo. As vezes penso em mais de 5 assuntos diferentes para tratar aqui, mas no momento seguinte já desisti de escrever todos eles. Ou então começo a escrever e apago tudo, pois lembro que já disse exatamente a mesma coisa, há algum tempo atrás.

Pior quando resolvo ler alguns textos bem antigos e discordo com o que eu mesma escrevi, sem acreditar que fui eu quem fez aquilo. Ou quando há milhões de pensamentos martelando minha cabeça, e na hora de escrever nao sai nada. E as vezes quando me vem muitas ideias geniais e eu estou no colégio ou em algum lugar que é impossivel começar a escrever naquele exato momento, e no momento seguinte, simplesmente esqueço tudo.

Mas, pior ainda é escrever um texto inteiro e na mesma hora querer apagá-lo inteiro, porque ficou simplesmente uma porcaria. Neste momento não farei isso – embora morra de vontade de fazer –, caso contrário teria que procurar outro assunto para por neste espaço. E, ultimamente, fazer isso está ficando cada vez mais difícil.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Defina Preconceito

Era a última aula do dia: Educação Física. Estava um calor monstruoso. Eu estava morrendo de fome, doida de vontade de ir embora. Tinham duas turmas tendo aula na quadra ao mesmo tempo – devido ao acontecimento da chuva que tiveram de isolar as outras quadras e etc – e por isso a aula era meio livre para todos. Ficou um aglomerado de pessoas, bolas, pernas e braços tão louco, que eu encostei no lugar mais ventilado e fiquei observando e rindo do desastre que era minhas amigas jogando futebol.

Percebi a presença do professor encostado do meu lado, de braços cruzados. Pensei que ele fosse chamar minha atenção por eu não estar fazendo nada, então já fui pensando numa desculpa considerável, mas ele interrompeu meus pensamentos com aquela voz irritante:
_ Coloquei você como destaque da turma. Aliás, você é totalmente destacável em tudo! Pra você não tem tempo ruim, né? Enquanto tem muita gente sem nenhuma limitação fisica que fica vendo a vida passar… – e continuou com o mesmo discurso filosófico que eu já ouvi diversas vezes.

Ouvi as baboseiras dele com cara de tédio – a mesma desde que começou a aula – e no final disse um simples “obrigada” seguido de um sorriso amarelo forçado.

Depois que a aula finalmente terminou, fiquei conversando com minhas amigas como de costume. Enquanto uma delas foi beber água, a outra sentou num banco e eu encostei na frente do banco. Conversamos sobre inutilidades casuais, rimos de besteiras banais, coisas assim.

_ Rebeca, levanta daí! – Minha amiga chegou querendo sentar. Não havia nem um pingo de ironia ou brincadeira no tom de voz dela.
_ Levanta? – Eu questionei, rindo. Percebi que só então ela percebeu o que tinha dito, e também riu.

domingo, 9 de maio de 2010

Rumo do Blog

Sempre quando eu vejo ou penso alguma coisa, organizo as palavras mentalmente, formando um texto. Sem me preocupar se tem algum fundamento, se vão gostar, se está correto, interessante, ou se vai fazer grande diferença na vida de alguém. Exclusivamente para isso que tenho esse blog, caso contrário teria que alugar alguém para falar tudo que eu falo aqui, e convenhamos que a pessoa iria ficar de saco cheio.

Pois bem, de janeiro para cá, mudou muita coisa, principalmente com relação a finalidade do blog. Teve gente que não tem uma afinidade muito boa comigo, vindo me parabenizar, ou gente ficando indignada por eu ter criado isso aqui sem falar nada. Diante disso tudo, eu só tenho a agradecer, e dizer que eu realmente não imaginava que tudo isso pudesse acontecer, mas que isso me deixa completamente feliz. Quero continuar aqui postando meus textos muitas vezes sem sentido, e recebendo os comentários dos meus puxadores de saco de plantão.

Escrever é algo que me realiza, e que agora faz parte de quem eu sou. É algo que pode mudar minha vida cada vez mais, e me trazer consequências ainda mais inesperadas, sei disso.
Então, muito obrigada de verdade a todos, mas especialmente à minha mãe, ao meu tio Cláudio e ao Jairo do blog Assim Como Você.

Luciana.

Sempre fui noveleira demais, desde pequena assistia aquelas novelas mexicanas do SBT, continuo vendo malhação, sonho com os personagens e torço para que elas nunca acabem. Dessa vez, não foi diferente. Quando soube que na novela ia ter uma personagem cadeirante, odiei a ideia. Eu gostava daquela novela, mas sabia que provavelmente eu iria deixar de gostar, pois todos os personagens cadeirantes vistos anteriormente foram nada mais, nada menos que péssimos.

Mas, meu pessimismo não falou mais alto, ainda bem. A Luciana tem mil lados positivos, desde a escolha da atriz até o adesivo colado nas costas daquela cadeira lilás. E fico radiante ao lembrar como se desenvolveu a personagem. Primeiro, aquela modelo mimada, que vivia dando xilique por tudo. E depois, a tragédia. Junto com ela, todo aquele drama e revolta da personagem. E então, o terrível dilema de voltar a andar ou não. Hoje, observa-se uma perspectiva completamente diferente e inesperada. Luciana, uma cadeirante sorridente, apaixonada, menos mimada, e em suma, uma pessoa muito melhor.

Me surpreendi ao ver que uma cadeirante está na boca do povo, mas não sendo vista como uma pessoa merecedora de pena do Brasil inteiro, nem sendo vista como um exemplo de vida por apenas viver. Muitos a veêm como uma personagem normal, uma mocinha de novela por quem todos torcem para ter um final feliz. Me surpreendi ao ver eu mesma esquecendo-me que ela não é real. E nessas últimas semanas, me surpreendi comigo mesma novamente por a cada capítulo desejar que a novela não acabe.

Ela conseguiu. Ela mudou opniões, ampliou visões, cativou e agradou milhões. Claro que isso não é a solução para todos os problemas enfrentados pelos cadeirantes, mas é com certeza um marco. Espero que cadeirantes na ficção sejam cada vez mais normais, inclusive os atores naturalmente cadeirantes. Aliás, não só cadeirantes, como todo tipo de deficiente físico. Mas, sempre que o assunto vier a tona, aposto que a Luciana vai ser sempre citada. Eu vou sentir saudades, Lu.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Indignação

Estava estudando sociologia, empenhada o máximo que meu espírito preguiçoso permite. O assunto era isolamento social, e eu simplesmente não fui capaz de continuar estudando depois de alguns absurdos que encontrei no meu próprio livro didático.
“(…) a timidez, o preconceito e a desconfiança podem levar o indivíduo a um isolamento semelhante ao dos deficientes físicos”
Então quer dizer que o meu livro de sociologia estava afirmando que os deficientes físicos são isolados da sociedade? E eu, enquanto estudante, teria de considerar aquilo como fato óbvio e comprovado?

Respirei fundo, e logo depois vi que estavam me indicando um outro texto sobre o assunto, fui na página indicada para conferir. O texto apontava os diferentes tipos de isolamento social:
Por isolamento orgânico, entendemos o isolamento que não é provocado por uma imposição externa, mas por certos defeitos ôrganicos do indivíduo, tais como a cegueira ou a surdez.”
Agora eu teria que aprender que uma pessoa surda ou cega, tem defeito e é isolada da sociedade. Vejam o porquê:
A consequência essencial de tais deficiências é a falta de certas experiências comuns ao indivíduo sadio. (…) As consequências de tais faltas de experiência farão com que o surdo, o cego e o tímido raramente sejam plenamente correspondidos por pessoas ‘normais’. Farão com que eles estejam em posição de inferioridade em toda espécie de comunicação pública, com que se tornem céticos, desconfiados e irritadiços e, portanto, que tenham menos possibilidades de escolher amigos e companheiros entre as pessoas que lhes estão próximas. (…) O indivíduo pode perder a esperança de obter uma posição normal e um lugar na vida.”
Diante disso, eu só consegui pensar em todo o esforço dos deficiêntes e de todas as pessoas que lutam para transformar completamente essas ideias. Esforço esse que, me deparando com essas colocações num livro didático, só posso pensar que foi todo em vão. E é isso mesmo, você luta pela igualdade, briga por seus direitos, tenta abrir os olhos das pessoas, e quando vai estudar como qualquer adolescente que quer passar no vestibular, encontra isso. Outra hipotese considerável é que o Brasil está tão despreparado para acabar com o preconceito, que nem mesmo a educação – vinda de um colégio entitulado de elite da cidade – luta para acabar com isso de uma vez por todas.

Para finalizar em grande estilo:
O compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827) exprimiu isso muito bem quando afirmou: ‘Minha surdez obriga-me ao exílio”
Eu tenho mesmo que considerar palavras que se referem a Beethoven como um exemplo de pessoa com defeito e isolada da sociedade? Quem, em pleno século XXI, ainda considera Beethoven alguém inferior porque ele era surdo? Ou, será que alguém só o idolatra porque ele era um compositor surdo?

terça-feira, 4 de maio de 2010

You Mean Everything

Sem título 4  Não consigo nem ao menos pensar em te perder. Não sou capaz de imaginar nenhum momento   da minha vida sem você. Vida esta que, sem você, não teria sequer um começo, e, portanto, continuá-la nessa condição não teria sentido algum.


Sem título 3Todos os meus feitos, dos mais simples aos mais complicados, foram e continuarão sendo totalmente dedicados à você, e a mais ninguém. Sobre os meus fracassos, meu maior desejo é que você me perdoe por todos eles, mesmo quando eu mesma não me perdoaria. Independente da situação, tenha certeza que te decepcionar nunca esteve dentre quaisquer intenções vindas de mim. Saiba que, para mim, ter conhecimento de possíveis decepções já é suficientemente doloroso. 

e  Sei que não mereço a maioria de seu esforço, dedicação e paciência com relação à mim, mas quero que você continue sendo paciente, mesmo sabendo que eu mesma não seria capaz de tamanho esforço, dedicação e paciência. Mas é exatamente por isso que peço para que não desista de mim, e não se esqueça de que estou sempre tentando – não importa quão lenta seja a evolução – ser uma pessoa cada vez mais parecida com você. Tudo o que fui, sou e serei – salve os meus defeitos –, quero que seja um reflexo cada vez mais nítido de você. O meu maior orgulho será um dia poder ser considerada alguém equivalente ao que você é.

OgAAAIqVYCc0JySUGd24gGGRl0fKkosOC9eBMxx5M5hslWXTYX02_RqivqrSSyhWdM0U3Lv3qntbqOztxLejur2qp0YAm1T1UCeLkQoyNUuBJPqyNMSclaCJ0FMcNão posso deixar de agradecer, por nada e por tudo ao mesmo tempo. Muito obrigada, e, só uma última coisa para você saber: Tudo o que eu disse é extremamente pouco, e sem qualquer vírgula de mentira ou falta de sinceridade.

Eu te amo, mãe.
Sem título 2