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quinta-feira, 25 de março de 2010

Nunca gostei tanto de ir ao médico.

Ir ao médico sempre foi muito chato. Graças a Deus, eu nunca tenho nada, mas tenho que continuar indo lá simplesmente para dizer aos médicos que está tudo bem.

E mais uma vez foi assim e, para variar, eu estava com a maior cara de tédio do mundo, esperando me chamarem. Depois de alguns exames, estava eu andando por um daqueles corredores enormes e notei uma silenciosa movimentação de câmeras, luzes e todos esses equipamentos de televisão. No meio do cenário improvisado, muitas roupas e uma cadeira roxa.

Voltei ao lugar de espera, mas dessa vez de costas para a televisão e com o olhar vidrado na porta de entrada. Reparei em todos que entravam e em todo carro bonito que passava. Até que parou um carro totalmente preto e saiu de dentro dele uma mulher elegante, alta, meio loira, linda... pegou sua bolsa e entrou, sozinha, andando tranquila e calmamente.

- Olha mãe, é ela!! - Chamo a atenção da minha mãe enquanto a mulher joga os cabelos para o lado e eu consigo ver seu rosto.

Linda, simples, uma pessoa normal e ao mesmo tempo alguém diferente de todo mundo ali. Alinne Moraes. Entrou para o espaço destinado a gravação, e eu continuei ligeiramente nervosa e tímida.

Tomei coragem para ir tentar ver alguma coisa, parei na porta e consegui vê-la sorrindo. Começaram as gravações e só consegui ouvir algumas falas. Pouco tempo depois, tive que ir embora, mas muito mais feliz do que havia chegado.

domingo, 21 de março de 2010

Simples Assim.

Quando eu estava descendo sozinha pela rampa do colégio, foi ela que apareceu lá embaixo correndo e sorrindo, só para me fazer companhia.

Ou quando eu ia - literalmente - cair, foi ela que estava - ainda literalmente - atrás de mim para me levantar, seguido de um simples: "Ei, tudo bem?"

E quando eu fingi um extrovertido ataque de ciúmes no meio de sua festa de aniversário, foi ela quem se levantou e veio andando calmamente na minha direção, me surpreendendo com um abraço tão simples quanto sincero.

Ali eu me condenei por vezes achar que ela não me amava tanto quanto eu a amo. Ali eu aprendi que não importa se ela é fechada, se não demonstra os sentimentos, ou se demorou três anos para me abraçar. Aprendi que ela me ama tanto quanto eu a amo, e que a amizade simplesmente acontece. Simples assim.

terça-feira, 16 de março de 2010

Coisas (frustradas) para se fazer sem energia elétrica.

1) Tomar banho e continuar com calor.
2) Fingir que é um aluno aplicado, pegar uma lanterna e estudar mesmo no escuro.
3) Treinar sopro a distancia e tentar apagar a vela, conseguir apagar e ficar no escuro total.
4) Jogar objetos o mais alto possível e pegar no ar, eles cairem no chão e quebrarem.
5) Projetar sombras na parede (clássica demais).
6) Jogar mini-games e reclamar que enjoa fácil demais.
7) Ligar para alguém e descobrir que o telefone não está funcionando.
8) Imaginar o que está acontecendo no BBB.
9) Reclamar, esperar, e continuar na mesma.
10) Nada.

Medonho.

Sinceramente eu não me considero uma pessoa medrosa. Mas antes de ontem o negocio foi tenso, muito tenso.

Sozinha em casa, começa o temporal. Os pingos de chuva batendo na telha faz muito mais barulho do que realmente deveria fazer. O vento faz todos os objetos da varanda voarem, baterem uns nos outros. O computador desliga sozinho. A luz pisca três vezes e apaga de vez.

Fui para a sala e olhando pela janela me senti num simulador de furacão dos parques da Florida. Era tudo jogado, molhado, balançando, como se a qualquer momento a casa inteira fosse soltar do chão e eu sair voando junto.

Coloquei as duas cachorras para dentro para sentir menos medo e foi pior, porque qualquer barulho elas latiam e me assustavam. Estava com a pequena no colo quando meus pais chegaram e meu irmão trouxe a lanterna.

Sem querer a sombra dela ficou projetada na parede.
_ Olha, eu sei fazer a sombra de cachorro mais perfeita de todas! - Ele disse e apontou para a sombra.

domingo, 14 de março de 2010

Parabéns, Alinne!



Estive pensando muito em como escrever exatamente o que eu quero passar, e ainda não descobri como fazê-lo. O unico pensamento que me fez escrever esse texto foi quando ouvi falar que quando a gente fica insatisfeito com algo, fala isso para um numero muito maior de pessoas, do que quando a gente gosta de alguma coisa. Desde que ouvi isso fico tentando reparar e vejo que é verdade, então procuro sempre falar mais bem do que mal.


Há também outros motivos para tal texto. Um deles é o fato de que quero muito dar um fim nas pessoas que me olham e falam: "Oi, muito inspirador a novela das 9, né?" Eu sei que não vai adiantar nada e eu vou continuar achando que não tenho nada a ver com a inspiração da novela.

Mas, para minha própria surpresa, estou gostando mesmo da novela. E desde que percebi que estou realmente gostando, lembro constantemente de outros papéis da Alinne Moraes - que também adorei -, lembro de outros personagens abordando o tema - que odiei profundamente -, lembro de quando eu totalmente odiava aquela Luciana mimada e xiliquenta, e sinto que devo falar sobre isso, por mais que esteja sem sentido algum.

E, por fim, o ultimo motivo foi uma entrevista da Alinne Moraes - Jornal Extra do último domingo - que eu simplesmente decidi idolatrá-la para sempre.

— Ela não deve andar. A Luciana é a Cinderela da cadeira de rodas — define Alinne. — Se ela voltar a andar, todas as meninas que se identificam com ela vão achar que a felicidade delas está nisso. Por isso, adoraria que Luciana ficasse na cadeira de rodas.

Além de toda a polêmica, temática e drama que a Luciana trata na trama, quem reparou que ela é uma personagem muito mais legal agora? Tem tempo que não dá xilique, está com o Miguel...

E, toda vez que alguém vier me perguntar qualquer coisa relacionado á Luciana, vou perguntar se a pessoa sabe aonde está o meu Miguel.







Buscando Companhia.

"Nas ruas de uma cidadezinha turística, ele andava com alguns amigos que conhecera poucos dias atrás. Acostumado a estar sempre sozinho, adorou fazer aquela viagem onde conheceu algumas pessoas legais, apesar de o tempo estar sempre nublado.

O cachorro de rua também estava acostumado a estar sempre sozinho, a lutar pela sobrevivência e provavelmente vivia sonhando em encontrar um carinho, um lar. Todo o grupo passa pelo cão sem nem olhá-lo, mas aquele homem fez um rápido carinho próximo ao focinho do cão. Talvez porque o entendia, ou por qualquer outro motivo.

O cão imundo prontamente começou a seguir o homem, pulando nas pernas dele da forma mais afetuosa possível. O homem ria e afagava o cão, como se este fosse o seu companheiro de longa data. Naqueles poucos minutos ficou claro que os dois estavam apenas buscando companhia."

terça-feira, 2 de março de 2010

The Mind, and the Power of the Words.

Durante minha vida inteira, minha mãe disse que as palavras tem poderes muito fortes. Hoje concordo com ela e a entendo muito bem, por mais que eu saiba que ela vai continuar dizendo isso.
Enfim, junto a esse ensinamento, aprendi também que a palavra não vale de nada, se sua mente quiser. Se você gosta muito de uma pessoa, e essa pessoa diz algo que você não concorda ou algo que você não gostou, a primeira ação - mesmo que involuntária - é você tentar achar uma boa justificativa para ela ter dito aquilo. As vezes funciona.

Da mesma maneira que eu posso estar com tanta raiva de alguma coisa, ou de alguém, se eu for escrever sobre isso aqui, é possível que eu escreva de um jeito tal que a coisa, ou a pessoa, pareça muito pior do que ela realmente é. Ou ao contrário.

E isso acontece também se houver alguém que não vá com a minha cara de jeito nenhum, ou que simplesmente sisme que eu não tenho talento pra escrever - o que é meio verdade -. Eu posso escrever o melhor texto, que a pessoa vai continuar achando uma grande porcaria. Ou completamente o contrário, e posso citar um exemplo concreto e atual.

Publico esse texto sem sentido algum, todo feio e estranho, e vai ter gente me parabenizando. - ou não.

Espelho, espelho meu.

Acordou quando não estava completamente claro, mas também não estava completamente escuro. Respirou fundo e foi encarar mais um dia normal e corriqueiro. Quando já estava pronta para o colégio, deu mais uma olhada no espelho e constatou que ainda não tinha se acostumado com aquele uniforme de ensino médio, pois ainda lhe causava uma sensação de superioridade ao olhar o próprio reflexo.

No colégio, todas aquelas coisas de high school. Copiou a matéria atrasada, riu, zoou, estudou, teve medo das provas marcadas para a semana seguinte, enfim. Após o almoço, voltou para o espelho de seu banheiro pela segunda vez naquele dia. Admirou sua franja perfeitamente no lugar e fez uma careta ao ter de desmanchá-la para prender todo o cabelo num rabo-de-cavalo. Tirou todos os três anéis e o relógio da Disney deu lugar a munhequeira branca.

Naquele momento, havia se tornado uma tenista não muito talentosa, mas empenhada o bastante. Tanto que recebeu a noticia de que teria seu primeiro torneio em seis meses, no estado vizinho. Não sabia se isso era bom ou ruim, se era capaz ou não, mas queria saber.

Voltou para casa, e foi para o espelho pela terceira vez. Desmanchou o rabo-de-cavalo tão bem feito e jogou o elástico na pia, junto com a munhequeira. Lavou suas mãos sujas de terra da quadra e passou as mãos molhadas no cabelo, sem se importar com o formato escultural que o cabelo assumiria. Exatamente desse jeito, jogou-se em sua cama para resolver as tarefas da escola e tudo o mais.

Viu um seriado infantil com o seu irmão cinco anos mais novo, assistiu às novelas – ritual completamente ridículo que insistia em repetir todos os dias –, e após o banho, olhou-se no espelho pela ultima vez ao dia.
Encarou sua face cansada e serena, fez com que sua franja voltasse à forma completamente perfeita – com muito custo, mas o fez –, sorriu para si mesma e encaminhou-se para mais uma noite de sono, enquanto refletia sobre o seu dia – dia este que seria exatamente igual no dia seguinte, assim como tinha sido no dia anterior.