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terça-feira, 5 de março de 2013

Carta para Thalita Rebouças

Oi, Thalita!

Estou te escrevendo porque eu sou muito tímida e mesmo tendo te encontrado pessoalmente duas vezes eu não consegui falar tudo que eu queria. Já tive que juntar toda a coragem disponível só pra pedir pro produtor da peça pra falar com você, sabe? Eu sei que você sabe porque você disse que também era tímida, embora eu não consiga imaginar como é possível você ter sido tímida um dia.

Eu queria dizer que eu comecei a amar seus livros quando eu tinha meus 12, 13 anos e eram eles que me entendiam. Alguns anos depois disso eu comecei a achar que era gente, comecei a ler outras coisas e cometi a burrada de te largar. Achei que já tinha passado dessa fase, sabe? Até o seu quadro no vídeo show eu achava um pouquinho bobo.

Um belo dia eu vi alguém comentando sobre o seu blog no twitter e fui ler. Quis devorar todos os textos de lá, mas me contentei em apenas seguir você no twitter. Comentei com minhas amigas que no seu blog descobri que você não escreve só pra pré-adolescente e uma delas falou que ficou encantada com sua entrevista para o Jô.

Eu fui ver o vídeo e desenvolvi uma admiração que não tinha mais volta. Poxa, você vestiu uma peruca e subiu na cadeira no meio da bienal pra chamar atenção pros seus livros. Você ia nas livrarias e insistia para quem tivesse lá comprá-los. Quando você ficou com tendinite de tanto dar autógrafo, começou a beijar os livros com batom! Desistiu da faculdade de Direito pra escrever livros para pré adolescentes. Quando não era tão famosa, respondia a todos os e-mails de fãs que te mandavam.

E eu podia ter te conhecido dessa época, mas fui boba demais. Agora fico aqui falando de você pra todo mundo até cansar porque parece que eu preciso tirar o atraso. E também porquê você merece que eu o faça. Mesmo depois de mais de 10 anos de fama, depois de mais de um milhão de livros vendido, você trata  um fã como se ele fosse o único.

Você é como seus livros (ou vice-versa). Você abraça forte, se interessa pela vida da pessoa e a entende. Não tem como não te amar, simplesmente porque você ama de volta. Tenho muito orgulho de ser sua fã! Todo dia sinto saudade do seu abraço e você é tão presente na minha vida que às vezes eu esqueço que não posso interferir tanto assim, sabe?

Se eu pudesse, diria que você e o Carlos seriam pais incríveis e é uma pena que você não queira ter filhos, mas entendo seus motivos. Também diria que preferia as capas antigas dos Fala Sérios. Essas capas novas são bonitas, mas muito adultas. O desenho da Malu era lindo, e eu achei sensacional que na orelha do "Fala Sério, Mãe!" a Malu fala sobre ter piercing e na capa do livro lá está o piercing!

O meu sonho é ser escritora, sabia? Falando assim pareço aquelas crianças que sonham em ser modelo, ator ou astronauta. E eu sei que é muito difícil, por isso to entrando na faculdade de Direito por ter mais chance de conquistar minha independência financeira com algo que eu também gosto. Até porque nem sei se dou jeito pra ser escritora mesmo, né? Por enquanto vou tentando do jeito que der...

Além de tudo isso, tenho que te agradecer pela Ritinha. A Ritinha sou eu, sabe? Sempre tive problemas pra me auto descrever, então a partir da Ritinha deixei você me descrever ao descrever a Ritinha. Até hoje penso em colocar o nome da minha filha de Rita, sério. Rita de Cássia não porque é muito feio.

Agradeço também pelo "Adultos Sem Filtro". Toda vez que estou falando de você para um adulto e sei que ele não vai gostar nem um pouco de nenhum de seus outros livros, indico este! Ou quando ouço algum adulto falar que não gosta de ler, que tem preguiça de livros grandes, complicados e chatos... Eu sei que você não vai fazer isso, mas por favor, não deixe de escrever para os pré-adolescentes! Um livro seu pode ser tudo que uma criança que se acha adulta precisa.

Claro que eu tenho que te agradecer por muitas outras coisas, mas acho que já falei demais então vou resumir e apenas dizer muito obrigada por tudo! Amo você, viu? Um beijo.


domingo, 3 de março de 2013

Tudo Por Um Pop Star

Eu já falei desse livro aqui mais de uma vez, mas eu vou continuar falando quantas vezes mais for merecido. É o meu livro preferido da Thalita Rebouças, o único livro na vida (por enquanto) que eu li mais de uma vez, e agora eu fui ver a peça dele.

Eu nunca tinha ido ao teatro, mas baseado na minha experiência com filmes e séries, acho muito complicado quando se trata de ser inspirado em livros. Qualquer livro pode mudar a vida de uma pessoa pra sempre. Não importa o número de páginas, não importa o que dizem as críticas sobre ele, não importa a sua idade.

Para meninas na faixa de 13 anos, um livro de 160 páginas que conta a história de três amigas que são fãs incondicionais de uma banda internacional, é mais do que suficiente pra ficar marcado pra sempre. Adicionem isso ao fato de que uma das três meninas é a minha cara e que na época esse livro foi o único que entendia o meu amor de fã.

Agora imaginem pegar um livro desse e resolver transformar em peça. Muitas adultas, com suas mocinhas de 13 anos adormecidas em seus corações, correm o risco de ver tudo aquilo que elas imaginavam ser uma das melhores coisas do mundo, de um jeito completamente diferente.

Mas isso não acontece na peça de Tudo Por Um Pop Star. O ponto alto da peça é o cuidado com todos os mínimos detalhes no livro. É um musical, que contempla desde Beatles, Menudo e Backstreet Boys a Restart, One Direction e Jonas Brothers. Para quem leu o livro, só de ver as três meninas pela primeira vez dá pra saber quem é quem.

De repente você tem 13 anos de novo e na sua frente estão Manu, a loirinha patricinha, Gabi, a linda, popular e metida a estilista, Ritinha, a baixinha mau humorada (eu!), Babete, a prima maluca e toda espiritual com o Maneco, seu fusca verde e, é claro, os lindos e talentosos meninos do Slavabody Disco Disco Boys.

Thalita Rebouças e o elenco

Claro, como nada é perfeito (só a Thalita Rebouças, porque toda regra tem sua exceção), no livro a banda tem 4 meninos e na peça são 3 (mas dá pra entender o motivo disso). No livro, as meninas tem seus 13, 14 anos e na peça aparentam ter mais (mas isso depende, né?). De resto, o mau humor da Ritinha quando acorda, o casaco de Resende que a Gabi mesma fez, as frescurinhas da Manu e as dancinhas e corinhos das três está tudo lá.

É uma linda homenagem aos fãs, a todo mundo que leu o livro e se identificou. Ao mesmo tempo, é uma ótima maneira de iniciar o hábito da leitura em qualquer pré adolescente. A peça já cumpriu todos os seus objetivos só pelo fato de que no final uma menininha atrás de mim disse "Mãe, eu tenho que ler esse livro!"



A peça Tudo Por Um Pop Star está em cartaz nos teatros Clara Nunes (Gávea) e Imperator (Méier) até abril e a partir de maio vai para São Paulo. (A Thalita que me pediu pra falar da peça pra todo mundo)