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domingo, 27 de maio de 2012

Diário Semanal da Vestibulanda #15

Muita atenção para a minha frase a seguir: Sim! É possível ter uma semana legal no meio do terceiro ano! Ao final dessa semana que descreverei à vocês, chego a conclusão de que por mim tudo bem se todos os dias da minha vida seguissem como essa semana, repetidas vezes: Poucas aulas, palestra que me fez ter certeza do que eu quero, muita risada, e a falsa ilusão de que Glee vai durar pra sempre.

Bem, vou falar da parte chata primeiro: as aulas. Tive poucas, aprendi sobre o resto da Fotossíntese e a outra parte do governo de Getúlio Vargas. O resto foi revisão ou nada, porque ninguém foi na aula.

Sobre a IX Jornada Vicentina de Formação Profissional: São anualmente oferecidas à alunos de 2º e 3º ano, sendo que os primeiros podem escolher algumas para participar e, os mais velhos, devem assistir a todos (sabe-se lá que lógica é essa!). Uns anos atrás as pessoas de várias profissões e áreas traziam dinamicas, trabalhos, experimentos, tudo no pátio, mas aí ano passado mudou apenas para o formato de palestras, até que esse ano mudou de nome para "mesas redondas" (o que na prática foi a mesma coisa).

A primeira foi de Empreendedorismo, oferecida pelo SEBRAE e palestrada (sim, em formato de palestra mesmo!) por uma menina que foi ex-aluna do colégio e que conhecia muitos dos meus professores (e essa foi a unica parte mais interessante). Ela falou de petróleo e explicou como funciona o mercado e a dinâmica econômica dos setores de serviços, de produção, de recursos naturais e minerais... E eu descobri que eu não sou capaz de prestar a menor atenção no assunto que me interessa.

A primeira "mesa-redonda" foi de Ciências da Natureza, suas tecnologias e o mercado de trabalho e que, muito bem falado por minha coordenadora pedagógica, nada mais justo do que ser comandado pelos mestres da casa. Sim, meus professores. Achei muito engraçado ter um "aulão" com três deles ao mesmo tempo, mas no final não pensava que seria tão legal quanto realmente foi. Foi com a minha professora de química e dois dos meus professores de biologia, e eles foram super fofos e legais e eu confirmei que eu tenho os professores mais incríveis do mundo. Eles falaram das profissões que incluem as matérias deles e também como foi a experiência deles sobre decidir sobre um curso de faculdade, sobre decidir ser professor. Eles discursaram de maneira emocionante e eu me senti muito bem de estar entregue a eles.

Vou aproveitar e explicar esse negócio de "mesa-redonda". Na prática, era uma mesa retangular no palco do auditório em que os palestrantes sentam um ao lado do outro e cada um fala de cada vez, sendo que no final nós podemos perguntar qualquer coisa a qualquer um deles. Ou seja, a mesma coisa.

A próxima foi sobre Leis e Mercado, a melhor palestra de todas! Contou com profissionais professores da IBMEC, nos cursos de Relações Internacionais, Economia, Contabilidade, Administração e Direito. Chegando lá, a responsável pela parte do Direito não tinha chegado: entrei em pânico. O cara de Relações Internacionais era um chato de galocha (todo mundo achou!) que só sabia fazer propaganda da IBMEC e no final ele sismou que eu tinha que fazer Relações Internacionais pra ser diplomata, e até ganhei um bombom da cacau-show (resposta pra ele: não!). Os outros aconteceu a mesma coisa: não consegui prestar atenção nenhuma. Mas eu sei que eles falaram sobre suas profissões, seus cursos na faculdade e o que um tem a ver com o outro bem como suas diferenças e definições.

>> E aí chegou a menina do Direito. Toda elegante, simpática, exalando poder e alegria. Ela pegou no microfone e minha atenção foi 100% pra ela, minha visão fechou com ela focada no centro. Ela é advogada e professora da IBMEC, se formou em Porto Alegre, pegou no microfone, deu bom dia e disse o seguinte: "Para fazer direito você tem que gostar de pessoas. A segunda coisa, além de gostar de pessoas, é querer ajudar as pessoas. E você tem que querer ajudar as pessoas através das palavras." E ela já tinha me ganhado ali, sem bombom, sem nem 1 minuto de discurso. Mas então ela continuou dizendo e explicando as várias vertentes e opções pra quem quer fazer esse curso na faculdade e coisas que eu já sabia, mas eu me via naquilo que ela estava falando. Eu queria, dali há alguns anos, passar aquela segurança, aquela certeza. Eu sabia que tudo que ela falava tinha super a ver comigo, queria agradecer, queria começar a faculdade ali naquele momento. Mas tudo o que eu fiz foi virar levemente a cabeça pro lado e ver que a minha amiga que também quer o mesmo curso que eu, estava sorrindo tanto quanto eu. No final, eu e essa minha amiga (e mais um monte de gente) esperamos a elegância em pessoa descer do palco e ela já foi sorrindo e oferecendo o cartãozinho de contato dela. Outra coisa que eu tive certeza é que eu vou voltar ali naquele colégio pra ajudar quem estiver lá para me ouvir.

E depois Saúde e Promoção de Vida que teve uma psicóloga, um biomédico (também ex-aluno do colégio), uma nutricionista e um médico psiquiatra (também ex-aluno). E lá vou eu prestar atenção nenhuma,  e lá vão eles falarem das suas funções e profissões e escolhas e cursos e estudos e etc e tal. A unica coisa que eu posso falar disso é que a psicóloga era a versão feminina do Hagrid, de Harry Potter.

E outra que eu estava animada pra assistir, Tecnologia, Informação e Criação, que tecnicamente contaria com Design de Moda, Design Gráfico, Publicidade e Jornalismo (que é a parte que me interessa) mas esses dois últimos furaram por razão não-identificada e eu fiquei do mesmo jeito desinteressado, e os dois outros carinhas ficaram lá mostrando os trabalhos deles e falando basicamente que pra você fazer ou uma coisa, ou outra, tem que ser criativo e desenhar bem, mas na primeira tem que gostar de roupa, mas não precisa ser gay.

E a última: Engenharias. A unica coisa animadora é que eu e minhas amigas esperávamos um engenheiro bonitinho, mas não. Contou com uma arquiteta (que no final sumiu misteriosamente e não respondeu nenhuma pergunta), um engenheiro mecânico e um engenheiro de produção. A parte interessante foi que o engenheiro de produção é um cara cubano que fez faculdade na Russia durante a Guerra Fria, eu e minhas amigas da área de humanas viajamos na história de vida do cara, show de bola! Concluímos que ele fala Espanhol, Português, Inglês e Russo! Tive um sono ferrado mas não pude dormir porque eu, sem pensar, parei no meio do corredor, onde não tinha ninguém na minha frente. Ninguém! Olhei ao redor pra achar uma maneira de ir para o outro lado, mas pela frente o auditório inteiro ia me ver, por trás a inspetora tava me encarando. Tive que pedir pra minha amiga ao lado me bater toda vez que eu dormisse.

Depois tivemos uma simulação do Tribunal do Juri popular que, na boa, foi uma bosta. A teoria é legal, uma simulação tal como é na realidade, mas os defensores e acusadores tinham a base argumentativa pior do que a minha! Todos eles. Ano passado também teve e foi muito melhor! Nesse ano, foi julgado o caso do goleiro bruno, e uma das acusadoras cometia erros de português absurdos e um dos defensores pedia para que o juri popular tivesse consciência no coração, pelo amor de Deus! Os outros dois só repetiam a mesma coisa que já haviam dito antes. O falso Bruno (vestido com uma camisa do flamengo) ficou conversando com as falsas policiais. Horrível.

Pelo menos o processo foi seguido a risca: As pessoas estavam vestidas como manda o figurino, tinha até um certo cenário improvisado, o juri popular foram os próprios alunos que se voluntariaram e foram sorteados (que não podiam ter parentesco entre si, nem com o acusado, bem como com qualquer pessoa envolvida no processo) e o texto do juiz foi oficial, as leis, a duração, a votação, as explicações, enfim. Só foi ruim a unica parte que não poderia ter sido, mas tudo bem, vou deixar só a do ano passado na cabeça.

Ainda acho ilógico obrigar os alunos do terceiro ano a assistirem todas as palestras, e eu estava até achando desperdício do meu tempo, já que poderia estar estudando durante a palestra que eu tinha certeza absoluta que não queria assistir (e continuei com essa certeza mesmo tendo assistido forçadamente). Mas acabei achando bom uma pausa na pressão de provas e estudos e notas, pra ter a ilusão de que tudo que eu tenho que me preocupar é escolher o curso e trabalhar e ganhar dinheiro, simples assim. Mas agora já acabou o "intervalo".

Sobre Glee, essas semanas meus bebês se formaram, cresceram, e talvez eu nunca mais veja alguns deles, como vai acontecer na minha própria vida e dos meus amigos, daqui há... meses.




7 comentários:

cecilia disse...

NOOOOOsssaaaa !!!! Muita coisa para ler ...lí do jeito que voce sabe que eu leio....rapidinho, pulando tudo rsrsrsrsrs muito bem , estudar ,ajudar e estudar.

Rebeca Kim disse...

Reclama a vida toda que eu nao boto nada, quando boto nem lê! Vacilo! Hauhau

kentsu disse...

Seria interessante se as escolas iniciassem esse processo desde o início! Aos poucos, é claro! Conforme a idade... Mas, mostrando o que é um hospital, uma indústria, uma assembléia legislativa... um Forum, uma obra de engenharia, arquitetura etc... esse seria um verdadeiro trabalho vocacional!

Rebeca Kim disse...

serial o ideal, mas acho que o colegio ta no caminho! também não adianta fazer um projeto bolado desse porte pra todos ficarem com cara de "que saco" lá

Primo disse...

OIII!!!!! BEIJOSS

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

Aproveita bastante o terceirão, te digo por experiência própria que tem algumas oportunidades únicas. Eu estava meio bolado com uns problemas familiares e vacilei bastante durante o terceirão, bebi demais, estudei de menos e quase rodei. Te digo que eu vi da pior maneira possível que achar "dos males o menor" ter que revisar muito às pressas as matérias mais difíceis para poder passar na recuperação não ajuda no vestibular...

Rebeca Kim disse...

valeu a dica, kamikaze!!!

e aposto que meu primo nem leu nada...